A nominação escola
literária se marca pela controvérsia. Há pelo menos três possibilidades de
entendê-la. Para os historiadores da literatura, em geral significa agrupamento
de autores que se relacionam por aproximação estilística e ideológica e até de
atitudes diante de concepções artísticas. Nesse sentido, fica claro o
centramento da análise no autor e não no texto. Para os que fixam a observação
sobre o conjunto estético-estilístico das obras, escola literária é concepção
estética e técnica. Em conseqüência, nesse sentido, a escola representa o
agrupamento de autores e de textos. Na tentativa de contemplar na nominação as
aproximações intertextuais e interdiscursivas, a escola é também entendida como
conjunto de textos que se aproximam em virtude de certa identificação
ideológica básica com determinado texto prógono. Os textos prógonos se
qualificam por sua vez como prógonos na presença dos epígonos. Os textos
prógonos servem de espinha dorsal aos conjuntos. Do ponto de vista crítico,
geralmente os prógonos funcionam como parametrais. A par disso tudo, há quem
propugne a ideia da inexistência de escolas.
Por essas razões é que
se ouve falar em escola brasileira, no âmbito da língua portuguesa; em escola
romântica, realista, nacional ou internacionalmente; em escola camoniana,
cervantina, alencariana, borgeana etc. Assim se alargam desmesuradamente as
noções, e os conceitos precisam ser delineados com bastante cuidado particular
para cada caso.
Usam-se como sucedâneos
de escola literária outras formas, como estilo de época, período e corrente.
Não lhe são, contudo, claramente sinônimas. Estilo de época remete a registros
estilísticos e técnicos diversificados dentro do grupo escolar, mas que, pela
razão de escola, mantém o mesmo (ou parcialmente o mesmo) núcleo ideológico. O
período assinala antes de tudo o registro cronológico, limitado arbitrariamente
por edições de obras consideradas prógonas ou, pelo menos, muito
representativas de cada estilo, com marca de antecedência cronológica com
relação a outras que a seguem. Não fica o período, portanto, externo a
considerações que fundamentam as escolas e os estilos de época. A concepção de
corrente não se distingue claramente das demais, a considerar o que se tem
escrito a respeito.
Estilos de época, como
aqui considerados, são, p. ex., o naturalismo e o parnasianismo dentro do
realismo e os próprios textos realistas, considerado o conjunto do Realismo.
É-o também o ultra-romantismo, dentro da escola romântica etc. A concepção de
período já é de natureza distinta da literatura propriamente dita, porque
privilegia o aspeto histórico propriamente dito. No Brasil, contudo, o que se
denomina pré-modernismo foi um momento eclético, de busca e definição, que não
discrepa muito, sob a ótica da periodização literária brasileira, da noção de
período. Nele faltam elementos caracterizadores essenciais das escolas e dos
estilos de época, como certa unidade ideológica e tendências de estilo mais ou
menos centradas. As correntes, que estariam vinculadas nuclearmente a
posicionamentos ideológicos, poderiam fazer conexões textuais entre períodos.
Assim, p. ex., poder-se-ia falar em corrente idealista e corrente realista, que
podem ser encontradas em vários momentos da história literária. Via de regra,
no entanto, não é essa concepção que se lê sobre elas.
A distinção mais
significativa e sutil entre textos ou conjuntos textuais literários é
construída na conjunção íntima entre posicionamento ideológico e elaboração
textual do discurso (a relação discurso-linguagem), definida por predominância.
Parece que o grande
problema da nomenclatura escolar literária, do ponto de vista crítico-teórico,
é que os conceitos que geralmente são construídos para enunciá-la fixam a
escolaridade nos autores e não nas obras. Quando essa classificação for necessária
por qualquer motivo que seja, a fixação crítico-teórica deve ser feita sobre os
textos. Isso evita a fragilidade da concepção do autor como escola e afasta a
reflexão crítica dos princípios da crítica biográfica.
Bibliografia
Celso P. Luft: Dicionário
de Literatura portuguesa e brasileira (1967); Ébion de Lima: Lições
de literatura brasileira (1965); Eduardo Portella, M. A. de Castro, J. G.
Merquior et al.: Teoria literária (1979); Jorge de Sena: Dialéticas
da literatura(1973); Lígia Cademartori: Períodos literários (1985);
Massaud Moisés & José Paulo Paes (Orgs.): Pequeno dicionário de
literatura brasileira (1967).
Quadro Demonstrativo das Escolas Literárias em Portugal e no Brasil
* Brasil: Era colonial: 1500 - Literatura de Informação
1600 - Barroco
1768 - Arcadismo
Era nacional: 1836 - Romantismo
1881 - Realismo / Naturismo / Parnasianismo
1893 - Simbolismo
1902 - Pré-modernismo
1922 - Modernismo
* Portugal: Era Medieval: 1189 - Trovadorismo
1418 - Humanismo
1527 - Classicismo
1580 - Barroco
1756 - Arcadismo
Era moderna ou contemporânea: 1895 - Realismo / Naturismo
1890 - Simbolismo
1915 - Modernismo
Como se pode observar, os movimentos literários são praticamente os mesmo em Portugal e no Brasil, com poucas diferenças nas datas e no inicio e fim de cada escola.
1600 - Barroco
1768 - Arcadismo
Era nacional: 1836 - Romantismo
1881 - Realismo / Naturismo / Parnasianismo
1893 - Simbolismo
1902 - Pré-modernismo
1922 - Modernismo
* Portugal: Era Medieval: 1189 - Trovadorismo
1418 - Humanismo
1527 - Classicismo
1580 - Barroco
1756 - Arcadismo
Era moderna ou contemporânea: 1895 - Realismo / Naturismo
1890 - Simbolismo
1915 - Modernismo
Como se pode observar, os movimentos literários são praticamente os mesmo em Portugal e no Brasil, com poucas diferenças nas datas e no inicio e fim de cada escola.
Ótimo me ajudou com a tarefa de casa difícil que tinha que fazer
ResponderExcluirMuito bom, me ajudo com a prova de português.
ResponderExcluirobrigado, me ajudou bastante
ResponderExcluirpaulim-do--rv segue la
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