segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Análise 23 - Morte e Vida Severina


Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens. Mais do que uma retirada, porém, a viagem surge como símbolo da vida e da morte de tantos marginalizados. Nessa obra, já se torna mais explícita a crítica social do autor.

O sofrimento do nordestino 

João Cabral de Melo Neto 
Por meio de um monólogo, o personagem central Severino procura apresentar-se, identificando-se entre outros companheiros de nome e de vida. Quanto mais tenta, porém, mais tipificado fica: tona-se cada vez mais visível o quanto Severino leva a mesma vida de tantos outros marginalizados.

Na sua viagem em busca de sobrevivência, Severino encontrará várias vezes a morte, que aparece com faces diferentes. Todas elas, porém, retratam o sofrimento do nordestino esquecido pela sociedade e pelo governo.

Em Recife, pensando ter chegado a um lugar onde teria direito a uma vida mais digna, logo escuta a conversa de dois coveiros prenunciando a miséria e a desgraça "da gente retirante que vem do Sertão de longe".

Desiludido, Severino percebe que sua luta foi inútil: também não há vida para ele em Recife. Sem esperanças, aproxima-se de um dos cais do rio Capibaribe e pensa se não seria melhor dar fim à vida. Nesse momento, encontra seu José, mestre carpina, oriundo de Nazaré da Mata.

Anote!
É clara a referência a José, pai de Jesus. Seu José, que levava uma vida tão difícil quanto a do retirante, não sabe explicar a razão, mas discorda da atitude desanimada de Severino.


A conversa é interrompida por uma mulher que chega para anunciar o nascimento do filho do mestre carpina. Vizinhos e amigos aparecem para celebrar a nova vida. Alguns chegam trazendo presentes – lembrando a visita dos reis magos ao menino Jesus –, sem deixar de lado, porém, a imagem da miséria, que não impede a confraternização.


Duas ciganas aproximam-se, fazendo profecias que mostram que a vida do novo Severino não será muito diferente da dos demais: seja nos mangues do rio Capibaribe, catando caranguejos, seja nos mangues do rio Beberibe, trabalhando como operário de fábrica, será a mesma vida severina. Mesmo assim, a louvação à vida que surge no meio da miséria continua.


Para lembrar
Após tantos encontros com a morte, finalmente o retirante depara com a vida, num verdadeiro "esbarrão". O nascimento da criança, se não representa mudança no sistema vigente, pelo menos renova com esperança o espírito cansado do homem que já não via razão para continuar seu caminho seco. Com o nascimento da criança, Seu José, mestre carpina, deixa a própria vida responder à pergunta de Severino: por que não "saltar fora da ponte e da vida"?


A forma que reflete o conteúdo

A peça de João Cabral, escrita toda em versos, é um exemplo da preocupação do poeta em aproximar forma e conteúdo. A maioria dos versos está estruturada na "medida velha", isto é, em redondilhas maiores (compostas por sete sílabas poéticas).


Anote!
Essa métrica, característica também do teatro de Gil Vicente, remete à cultura popular medieval, lembrando ainda as cantigas palacianas e o perfil das poesias mais populares de Camões. Garantindo uma musicalidade fácil por meio do ritmo escolhido, o poeta recifense consegue também reproduzir o universo popular do nordestino, valorizando sua oralidade.


O registro de rituais e cânticos diante dos problemas comuns da vida nordestina e diante da tão constante presença da morte também contribui para instaurar o cotidiano do retirante a fim de reiterar na forma poética o mundo escolhido para ser retratado:


"– Finado Severino
quando passares em Jordão
e os demônios te atalharem
perguntando o que é que levas…
– Dize que levas cera,
capuz e cordão
mais a Virgem Conceição.
[…]
– Dize que levas somente
coisas de não:
fome, sede, privação."


A riqueza de símbolos

Em todo o texto, as figuras de linguagem asseguram a força dramática do poema. São frequentes as metáforas, que surgem já na construção do próprio Severino, alegoria dos marginalizados. Sua viagem, que por sua vez é metáfora da vida dos retirantes na sua luta por sobrevivência, ganha novas roupagens metafóricas, por exemplo, na imagem do rosário com suas contas – a estrada com suas vilas. Cabe ao retirante rezar todas as contas, ou seja, passar por todas as vilas, para atingir o seu objetivo, Recife (ou a sobrevivência). O rio Capibaribe, metáfora do próprio curso da vida, por vezes, míngua, assustando o retirante, provocando nele o medo de perder-se do caminho certo, o medo de perder o tênue fio que o liga à vida. A violência do sistema latifundiário contra o pequeno trabalhador do campo, por ele explorado e ameaçado, aparece metaforizada na "ave-bala" que mata o Severino lavrador. Na fala final de um dos coveiros no cemitério, em Recife, mais uma metáfora para a viagem de Severino, atribuindo-lhe um novo sentido, ainda mais severo:

"– Não é viagem o que fazem,
vindo por essas caatingas, vargens;
aí está o seu erro:
vêm é seguindo seu próprio enterro."


Outras duas belas metáforas trabalhadas no poema ganham ainda mais força expressiva pelo seu caráter antitético. Diante da desesperança com relação à própria vida, Severino pergunta para Seu José, mestre carpina: 
"– que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida
?"


A imagem do salto reaparece estabelecendo uma antítese com a figura anterior na fala da mulher que anuncia o nascimento do filho do mestre carpina: 


"– não sabeis que vosso filho
saltou para dentro da vida?
Saltou para dentro da vida

ao dar seu primeiro grito;"


Nessa antítese entre a desilusão de Severino e a esperança que traz a vida que surge, está a força que move a vida.
Além dessas e de outras várias metáforas, o poema é rico em antíteses que servirão ora para retratar as contradições da vida severina, marcada pela luta contra a seca e contra a morte: 


"– essa gente do Sertão
que desce para o litoral, sem razão,
fica vivendo no meio da lama,
comendo os siris que apanha;
pois bem: quando sua morte chega,
temos de enterrá-los em terra seca."

ora para revelar a esperança da vida nova no meio do desgastado sofrimento: 


"– E belo porque com o novo
todo o velho contagia,
– Belo porque corrompe
com sangue novo a anemia.
– Infecciona a miséria
com vida nova e sadia"


Também o paradoxo surge realçando a violência e a tragicidade da curta expectativa de vida do nordestino: 

"– que é a morte que se morre
de velhice antes dos trinta"


A musicalidade

As figuras sonoras, aliterações e assonâncias, que valorizam, respectivamente, sons consonantais e vocálicos, distribuem-se pelo poema reforçando sua musicalidade:



"– E foi morrida essa morte, irmão das almas, essa foi morte morrida ou foi matada?"


As falas

O texto altera sua estrutura entre monólogos, trazendo reflexões e constatações de Severino, diante das suas observações ao longo da viagem, e diálogos, alguns com a participação de Severino, outros apenas presenciados por ele.


Para lembrar
É comum também a presença da falas em coro, isto é, vozes em conjunto, reproduzindo, com muita intensidade dramática, cantigas, rituais, lamentações de um povo que se identifica, que se torna uma massa uniforme por levarem todos a mesma vida severina.


O retrato de um povo

Seguindo o padrão dramático medieval escolhido (o auto), Morte e Vida Severina compõe-se de apenas um ato, uma ação principal. Subdividida em 18 cenas, a peça assume também as características de poema narrativo de tradição popular nordestina.

Observe
De ambos os lados, tanto da cultura medieval quanto da nordestina, surge a influência do mundo religioso, como notamos no subtítulo da obra: Auto de Natal Pernambucano. Não esperemos, porém, um texto alienado na religião, fugindo do retrato severo da realidade: a religiosidade se faz presente como mais uma característica da cultura nordestina, mas a poesia assume seu aspecto o mais participante possível quanto à temática social.


Se o subtítulo nos esclarece a mescla medieval e nordestina, o título não deixa de ser menos elucidativo. Na inversão da antítese morte versus vida, encontramos o retrato não só da viagem de Severino, marcada pelos encontros com a morte em todas as paragens e encontrando a vida apenas na cena final – o nascimento do menino. A predominância da morte está presente também, visto o caráter metafórico da viagem, na própria vida severina. A morte ronda desde o nascimento; a mesma terra que cobriu pais, parentes e amigos, espera para cobrir o corpo do próximo Severino todos os dias. A adjetivação da expressão atribui-lhe o caráter coletivo. Morte e vida, ambas são severinas. O termo, criado por meio da derivação imprópria, remete ao substantivo próprio Severino. Este, por sua vez, alude ao adjetivo severo, rude, seco, rigoroso. A vida – ou a morte – severina é de todos os severinos, ou seja, de todos que levam a mesma vida difícil, marginalizada, sem esperanças. Essa é a razão pela qual o nosso Severino, o retirante, não consegue, no monólogo que inicia a peça, identificar-se, individualizar-se aos olhos do leitor. Ele não é um indivíduo, mas sim um personagem-tipo, representante de um grupo social. 


Para lembrar
Por retratar a trajetória de um povo – e não de um indivíduo apenas –, registrando suas batalhas, sua força, sua luta diante do que vem a ser seu destino, podemos dizer que a obra de João Cabral tem, nesses aspectos, um caráter de poema épico. 


A seca na narrativa

O estilo forte e seco de João Cabral, que está presente em toda a trajetória de sua obra, garante ainda mais unidade ao poema dramático Morte e Vida Severina, numa total interação entre a denúncia da realidade seca e cruel e a linguagem que a reproduz. Ao longo do poema, encontramos momentos descritivos em que a paisagem concretiza-se aos nossos olhos, tão ao gosto do poeta, desnudando toda a miséria da região:


"– entre uma conta e outra conta,
entre uma e outra ave-maria,
há certas paragens brancas,
de planta e bicho vazias,
vazias até de donos
e onde o pé se descaminha."


Diálogos contundentes

Outras vezes, a força da mensagem surge nos diálogos contundentes, em que a denúncia e, muitas vezes, a ironia se fazem presentes. É o caso, por exemplo, do diálogo entre Severino e os irmãos das almas, com a denúncia da violência no sertão e a constatação da injustiça. Ou do diálogo entre o retirante e a rezadeira, com a constatação de que a mão de obra do trabalhador rural torna-se inútil diante das dificuldades impostas pelo sistema econômico, cujos bancos não se interessam em financiar roçados; cujas usinas levaram à falência os engenhos de cana-de-açúcar. Sem falar de uma verdadeira indústria da morte que a rezadeira denuncia: "só os roçados da morte compensam aqui cultivar". O mesmo tom encontra-se nas vozes que choram o morto da Zona da Mata.

Por meio de metáforas, o leitor vai tomando consciência de toda a rudeza da vida severina que termina ali de forma já tão conhecida: a morte miserável que encerra uma vida de lutas vãs, de desesperanças, tão igual a tantas outras: 


"– Esse chão te é bem conhecido
(bebeu teu suor vendido).
– Esse chão te é bem conhecido
(bebeu o moço antigo).
– Esse chão te é bem conhecido
(bebeu tua força de marido).
– Desse chão és bem conhecido
(através de parentes e amigos).
– Desse chão és bem conhecido
(vive com tua mulher, teus filhos).
– Desse chão és bem conhecido
(te espera de recém-nascido)."


O discurso que muda o tom de desesperança aparece apenas no final, na fala de mestre carpina que, mesmo sem saber explicar a razão, não acredita na saída buscada por Severino: 


"– Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso de tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida."


Anote!
A esperança não surge com uma salvação, com a crença em uma mudança radical na vida que se tem mostrado sempre a mesma. A esperança surge simplesmente com a força da própria vida, que impede a aceitação da derrota.


Após o nascimento da criança e da celebração da vida que surge trazendo o novo ao que já está desgastado, mestre carpina conclui, por meio da "explosão de vida" que acaba de presenciar, que ela tem seu movimento natural, mesmo sendo severina. E é contra esse movimento intenso, capaz de sacudir mesmo os corpos mais franzinos, que Seu José acha que não se deve lutar. A luta válida é a que se trava contra a morte todos os dias:

"– É difícil defender,
só com palavras a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
[…]
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
[…]
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
[…]
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."


Vida e obra de João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto

Nascido em Recife (PE) em 9 de janeiro de 1920, João Cabral de Melo Neto viveu até os 10 anos de idade num engenho de cana-de-açúcar na Zona da Mata. Tinha cinco irmãos, entre eles, Evaldo Cabral de Melo, diplomata e historiador da cultura nordestina. Em Recife, estudou no Colégio dos Irmãos Maristas e, em 1935, começou a jogar futebol no Santa Cruz Futebol Clube, tornando-se um dos poucos torcedores do América de Recife. Já nessa época, sonhava ser crítico literário. Gilberto Freyre, seu primo por parte de mãe, já publicara Casa-Grande & Senzala e Recife fervia como centro da vanguarda modernista nordestina. 

Em 1942, João Cabral mudou-se para o Rio de Janeiro, onde firmou contato com vários poetas importantes, entre eles Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade, que deixaram influências em sua obra. Retornou várias vezes à cidade natal, porém com intervalos cada vez maiores. Em compensação, a paisagem e a cultura nordestina passaram a fazer parte de sua literatura de maneira intensa.
Em 1947, trabalhou no Consulado do Brasil em Barcelona, Espanha. Em 1950, foi transferido para Londres, voltando ao Brasil em 1952, para responder a um inquérito em que era acusado de subversão. Durante o ano de 1953, trabalhou no jornal A Vanguarda, voltando para a diplomacia apenas no ano seguinte. Entre 1956 e 1960, esteve em Barcelona, Sevilha, Marselha, Lisboa e Madri. Em 1961, de novo no Brasil, foi nomeado chefe de gabinete do Ministério da Cultura. Entre 1962 e 1967, continuou viajando como diplomata, indo para Sevilha, Genebra, Berna e Barcelona. Em 1968, a Academia Brasileira de Letras o elegeu como membro e no ano seguinte vai para o Paraguai. Em 1972, como embaixador, vai para Dacar, Senegal, Mauritânia, Mali e Guiné. Em 1979, trabalha como embaixador no Equador e, em 1981, em Honduras. Em 1982, é nomeado cônsul no Porto, em Portugal. Quatro anos depois, após a morte de Stella Maria Barbosa de Oliveira – sua primeira mulher, com quem teve cinco filhos –, casa-se com a poeta Marly de Oliveira. Aposentado em 1990, é eleito para a Academia Pernambucana de Letras e recebe o prêmio Luís de Camões. Em 9 de outubro de 1999, morre em seu apartamento no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.


Para lembrar
Na década de 40, alguns poetas resolvem revalorizar os cuidados métricos e o rigor lingüístico a fim de contrapor-se às ainda fortes influências da literatura modernista de 22. Com isso, de certo modo, subestimavam o caráter inovador e libertador da primeira fase modernista, que valorizara a temática cotidiana, os versos livres e brancos, a aproximação entre prosa e poesia. A geração de 45, como ficou conhecido esse grupo de poetas, trará de volta a preocupação formal e a artificialidade comum à poesia parnasiana, provocando, na maioria vezes, um retrocesso na literatura brasileira. Dentro dessa geração, mais por contemporaneidade do que afinidades estéticas, está João Cabral de Melo Neto.


Antilirismo e participação social

A obra escrita por João Cabral mostra uma poesia preocupada com a objetividade, isto é, com os objetos que nos rodeiam e não com o eu que observa o seu redor. Desse modo, mostra uma realidade capaz de provocar a inteligência do leitor. Influenciado por Drummond e Murilo Mendes, o poeta procurou afastar-se do lirismo sentimental, evitando o tom confessional e emotivo para valorizar os objetos em si, como podemos observar já no seu primeiro livro, Pedra do Sono. A partir de seu segundo livro, O Engenheiro, as associações inusitadas, capazes de criar uma atmosfera de sonho, ao gosto dos surrealistas, ficam de lado, para dar ainda mais lugar à racionalidade das formas, dos objetos. Se, por um lado, o poeta aproxima-se da geração de 45 pelo rigor métrico de seus versos, por outro, mostra uma preocupação com o campo semântico que o torna exclusivo. 


Em Psicologia da Composição, Fábula de Anfion e Antiode, encontramos a continuidade desses traços e a crescente racionalidade que se volta também para a reflexão do próprio ato de escrever – a poesia metalingüística.
A partir de O Cão sem Plumas, seguindo uma tendência de toda a cultura brasileira, a poesia de João Cabral, sem perder o traço de antilirismo, toma um rumo de ampla participação social, mostrando, a partir de imagens do universo nordestino, a vida marginalizada do seu povo. O rio Capibaribe e sua sobrevivência juntamente com a da população que o margeia é o assunto de O Cão sem Plumas. O mesmo Capibaribe está presente em O Rio, que destaca a curta expectativa de vida dos nordestinos. Esse mesmo universo reaparece em Morte e Vida Severina, mostrando o aperfeiçoamento do poeta em "amarrar" forma e conteúdo. Para reproduzir o universo nordestino, Cabral faz uso de coloquialismos e de versos mais curtos, que se aproximam da cultura popular, sempre com sua linguagem concisa e objetiva.

Nessas últimas obras, é possível ver de modo mais explícito a crítica social feita por um poeta que nunca viu na poesia uma linguagem que se bastasse nela própria. Na poesia, enquanto recurso de expressão, todo assunto é válido, desde que se mantenha a qualidade poética: 


"[…]
Na vila da Usina
é que fui descobrir a gente
que as canas expulsaram
das ribanceiras e vazantes;
e que essa gente mesma
na boca da Usina são os dentes
que mastigam a cana
que a mastigou enquanto gente;
que mastigam a cana
que mastigou anteriormente
as moendas dos engenhos
que mastigavam antes outra gente;
que nessa gente mesma,
nos dentes fracos que ela arrenda,
as moendas estrangeiras
sua força melhor assentam.
[…]"

(de "O rio", 1953)


As obras que se seguem aperfeiçoam sua tendência de valorização do objeto e apagamento do lirismo, da emoção. Cada vez mais seu verso é seco, racional, nominal, destacando a imagem e revelando sempre o aperfeiçoamento do poeta na aproximação entre conteúdo e forma. 

Principais obras

1942  Pedra do Sono
1945 → O Engenheiro

1947 → Psicologia da ComposiçãoFábula de Anfion e Antiode 
1950 → O Cão sem Plumas
1954 → O Rio
1956 → Duas águas (os anteriores e mais Morte e Vida Severina, Paisagens Com figuras eUma Faca só Lâmina)
1960 → Quaderna
1961 → Dois Parlamentos Terceira Feira
1966 → A Educação pela Pedra
1968 → Obras Completas (1940-65)
1975 → Museu de Tudo
1980 → A Escola das Facas
1984→ Auto do frade
1985 → Agrestes
1987 → Crime na Calle Relator
1990 → Sevilha andando
1994 → Obra Completa



Fonte: http://vestibular.uol.com.br

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