segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Análise 17 - Macunaíma


Publicado em 1928, Macunaíma, o 'herói sem nenhum caráter' de Mário de Andrade, é uma das obras-primas da Literatura brasileira. Revolucionário, desafiou o sistema cultural vigente com uma nova organização da linguagem literária.

Com uma narrativa fantástica e picaresca – ou malandra –, Mário de Andrade reelabora temas da mitologia indígena com visões folclóricas da Amazônia e do resto do Brasil, fundando assim uma nova linguagem literária, bem brasileira. 

Macunaíma e a renovação da linguagem literária


O tom bem-humorado e a inventividade narrativa e lingüística encontrados em Macunaíma fazem desta obra modernista a mais afinada com a literatura de vanguarda mundial da época. No texto, encontramos ainda traços do Dadaísmo, Futurismo, Expressionismo e Surrealismo sobrepostos às raízes da cultura brasileira. Assim comoMemórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade, Macunaíma foi uma obra revolucionária ao desafiar o sistema cultural vigente com uma nova linguagem literária. 

Anote!
Nacionalista crítica, porém sem ser xenófoba, Macunaíma é a obra que melhor sintetiza as propostas do movimento da Antropofagia, criado em 1928 por Oswald de Andrade com o objetivo de igualar a cultura brasileira às demais.


Em vez de rejeitar pura e simplesmente o que vinha de fora, a Antropofagia propunha que se consumisse apenas o que havia de bom na arte estrangeira. Ou, como um antropófago, que se comesse apenas aquilo que merecesse ser comido. 

A Semana de Arte Moderna

Teatro Municipal de São Paulo: palco para a apresentação das ideias modernistas.

Essa foi uma semana de apenas três dias, mas nunca três dias agitaram tanto o mundo da arte brasileira. Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, sob o apadrinhamento do romancista pré-modernista Graça Aranha, jovens paulistanos dispostos a revolucionar a arte de sua época apresentaram, pela primeira vez em conjunto, suas ideias de vanguarda. Realizada no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, a Semana foi aberta com a conferência "A Emoção Estética na Arte", de Graça Aranha, que criticava o conservadorismo e o academicismo da arte brasileira. A seguir, foram lidos poemas de Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, entre outros. Manuel Bandeira, que não pôde comparecer, teve seu poema "Os Sapos" lido por Ronald de Carvalho, sob um coro de coaxos e apupos. Nas escadarias do teatro, Mário de Andrade leu o ensaio A Escrava que não É Isaura, de sua autoria. Obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret e de outros artistas plásticos e arquitetos foram expostas. Por fim, apresentaram-se a pianista Guiomar Novaes e o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, que não foi poupado das vaias. 

Mário de Andrade e o Modernismo

Foi a Semana de 22, com seus desdobramentos, que projetou Mário de Andrade como figura-chave do movimento modernista. Com a determinação própria de líderes que visam implantar uma nova consciência, ele multiplicou-se em músico, pesquisador de etnografia e folclore, poeta, contista, romancista, crítico de todas as artes, correspondente cultural, além de ter ocupado cargos na burocracia estatal, ligados ao desenvolvimento da cultura em geral.

A rapsódia

Mário de Andrade conta que escreveu Macunaíma em apenas seis dias, deitado, bem à maneira de seu herói, numa rede na Chácara de Sapucaia, na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, durante umas férias. Diz ainda: "Gastei muito pouca invenção neste poema fácil de escrever [...]. 
Este livro, afinal, não passa duma antologia do folclore brasileiro". 


Para lembrar
Macunaíma é fruto de anos de pesquisa de lendas e mitos indígenas e folclóricos que o autor reúne utilizando a linguagem popular de várias regiões do Brasil. Trata-se de uma rapsódia. Esse termo foi usado pelos gregos para designar obras como a Ilíada ou a Odisséia, de Homero, que contêm séculos de narrativas poéticas orais e resumem as tradições folclóricas de um povo.


Para o Mário de Andrade musicólogo, a palavra rapsódia remetia às fantasias instrumentais que utilizavam temas e processos de composição improvisados, tirados de cantos tradicionais ou populares como as rapsódias húngaras de Liszt.

Criando mitos

Além de descrever vários mitos, Mário de Andrade também inventa outros, de maneira irônica. Apresenta os mitos da criação do futebol, do truco, do gesto da "banana" ou do termo "Vá tomar banho!". Há em Macunaíma, portanto, além da imensa pesquisa do autor, muita invenção. 

O Brasil na época de Macunaíma

Quando Macunaíma surgiu, no final da década de 20, a sociedade brasileira mostrava-se bastante modificada. Já não tinha aquele ar de fazenda que dominou durante quatro séculos. O número de fábricas, especialmente em São Paulo, havia crescido, além dos grandes aglomerados urbanos com população equivalente a um milhão de habitantes. Comércio e indústria prosperavam rapidamente, puxados pelo mercado consumidor formado por moradores das cidades e por colonos de origem estrangeira. Na esteira dessas alterações, as mulheres também mudavam seu comportamento: fumavam, iam sozinhas ao cinema e usavam roupas que deixavam as pernas mais à mostra.

Cenário político

Além da Semana de Arte Moderna de 1922, a década de 20 foi marcada pelo surgimento do Partido Comunista e do movimento tenentista que se opunham ao governo federal. Essa oposição teve seu clímax com a criação, por revolucionários paulistas, da Coluna Prestes – movimento que percorreu 33 mil quilômetros do interior do Brasil, envolvendo-se em mais de cem combates entre 1924 e 1927. 


As fontes

Nascimento de Macunaíma: história do "herói sem nenhum caráter" também foi transposta para as telas de cinema.

Mário de Andrade nunca escondeu que se inspirou na obraVom Roroima zum Orinoco (Do Roraima ao Orenoco), do etnógrafo naturalista alemão Theodor Koch-Grünberg, publicada em cinco volumes entre 1916 e 1924. Graças ao trabalho de Ivan Cavalcanti Proença, Roteiro de Macunaíma, é possível acompanhar como Mário de Andrade foi reelaborando as narrativas colhidas na obra de Koch-Grünberg, mesclando-a a outras fontes, como livros de Capistrano de Abreu, Couto Magalhães, Pereira da Costa ou mesmo a relatos orais, como o que o compositor Pixinguinha lhe fez de uma cerimônia de macumba, para ir tecendo sua rapsódia. 


Para lembrar
Nas lendas de heróis taulipang e arecuná, apresentadas por Koch-Grünberg, Mário de Andrade encontrou o herói Macunaíma que, segundo o estudioso alemão, "ainda era menino, porém mais safado que todos os outros irmãos".


Personagem ambíguo

Nas palavras do poeta-crítico Haroldo de Campos, "o próprio Koch-Grünberg, em sua 'Introdução ao Volume', ressalta a ambiguidade do herói, dotado de poderes de criação e transformação, nutridor por excelência, ao mesmo tempo, todavia, malicioso e pérfido". Segundo o etnógrafo alemão, o nome do herói tribal parece conter como parte essencial a palavra maku, que significa "mau", e o sufixo ima, "grande". Assim, Macunaíma significaria "O Grande Mau", um nome, segundo observa Grünberg, "que calha perfeitamente com o caráter intrigante e funesto do herói". 

O herói sem nenhum caráter

Foi, portanto, na obra de Koch-Grünberg que Mário de Andrade, paradoxal e muito antropofagicamente, encontrou a essência do brasileiro. O próprio autor de Macunaíma, em prefácio que nunca chegou a publicar com o livro, conta como se deu essa descoberta: 


"O que me interessou em Macunaíma foi incontestavelmente a preocupação em que vivo de trabalhar e descobrir o mais que possa a entidade nacional dos brasileiros. Ora depois de pelejar muito verifiquei uma coisa que me parece certa: o brasileiro não tem caráter. Pode ser que alguém já tenha falado isso antes de mim, porém a minha conclusão é uma novidade para mim porque tirada da minha experiência pessoal. E com a palavra caráter não determino apenas uma realidade moral não, em vez entendo a entidade psíquica permanente, se manifestando por tudo, nos costumes na ação exterior no sentimento na língua na História na andadura tanto no bem como no mal. O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional. Os franceses têm caráter e assim os jorubas e os mexicanos. Seja porque civilização própria, perigo iminente, ou consciência de séculos tenham auxiliado, o certo é que esses uns têm caráter. Brasileiro não. Está que nem o rapaz de vinte anos: a gente mais ou menos pode perceber tendências gerais, mas ainda não é tempo de afirmar coisa nenhuma. [...] Pois quando matutava nessas coisas topei com Macunaíma no alemão de Koch-Grünberg. E Macunaíma é um herói surpreendentemente sem caráter. (Gozei)."


Foco narrativo

Embora predomine a fala da terceira pessoa, Mário de Andrade inova ao utilizar uma técnica cinematográfica, a de cortes bruscos no discurso do narrador para dar lugar à fala dos personagens, especialmente de Macunaíma. A técnica imprime velocidade, simultaneidade e continuidade à narrativa. Exemplo:   



"Lá chegando ajuntou os vizinhos, criados a patroa cunhãs datilógrafos estudantes empregados-públicos, muitos empregados-públicos! todos esses vizinhos e contou pra eles que tinha ido caçar na feira do Arouche e matara dois... – ... mateiros, não eram viados mateiros, não, dois viados catingueiros que comi com os manos. Até vinha trazendo um naco pra vocês mas porém escorreguei na esquina, caí derrubei o embrulho e cachorro comeu tudo." 
(Capítulo XI – "A Velha Ceiuci")
 

Espaço e tempo

As estripulias sucessivas de Macunaíma são vividas num espaço mágico, próprio da atmosfera fantástica e maravilhosa em que se desenvolve a narrativa. Em seu Roteiro de Macunaíma, Cavalcanti Proença afirma que Macunaíma se aproxima da epopeia medieval, pois "tem de comum com aqueles heróis a sobre-humanidade e o maravilhoso".

Ainda segundo Cavalcanti Proença, "Macunaíma está fora do espaço e do tempo. Por esse motivo pode realizar aquelas fugas espetaculares e assombrosas em que, da capital de São Paulo foge para a Ponta do Calabouço, no Rio, e logo já está em Guarajá-Mirim, nas fronteiras de Mato Grosso e Amazonas, para em seguida, chupar manga-jasmim em Itamaracá de Pernambuco, tomar leite de vaca zebu em Barbacena, Minas Gerais, decifrar litóglifos na Serra do Espírito Santo e finalmente se esconder no oco de um formigueiro, na Ilha do Bananal, em Goiás".  


Anote!
Macunaíma é um personagem outsider, marginal, anti-herói, fora da lei, na medida em que se contrapõe a uma sociedade moderna, organizada num sistema racional, frio e tecnológico. Assim, o tempo é totalmente subvertido na narrativa.


O herói do presente entra em contato com figuras do passado, estabelecendo-se um curioso "diálogo com os mortos". Macunaíma fala com João Ramalho (século XVI), com os holandeses (século XVII), com o pintor francês naturalista Hercule Florence (século XIX) e com Delmiro Gouveia (século XIX) – pioneiro da usina hidrelétrica de Paulo Afonso e industrial nordestino que criou a primeira fábrica nacional de linhas de costura. 

Enumerações e desregionalização

O leitor mais atento de Macunaíma perceberá a abundância de enumerações na obra. Já na primeira página da obra, encontrará a enumeração das danças tribais: 


"[...] freqüentava com aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô a cucuicogue, todas essas danças religiosas da tribo."


Essas enumerações mostram o trabalho de pesquisa de Mário de Andrade, frequentemente misturando elementos de várias regiões do país, no intuito de desregionalizar sua obra, procurando "conceber literariamente o Brasil como entidade homogênea – um conceito étnico nacional e geográfico". Telê Porto Ancona Lopez, grande estudiosa da obra de Mário, resume bem o problema: "Mário de Andrade realizava em suas leituras, pesquisa de palavras, termos e expressões característicos dos diversos recantos do Brasil. Grifava e recolhia. Depois empregava nos conjuntos, os mais heterogêneos, procurando anular as especificações do regional e dar uma visão geral de Brasil [...] 
É, pois, graças à coleta de palavras que Mário de Andrade desenvolve a ideia de queMacunaíma pode apresentar tão frequentes enumerações de aves, peixes, insetos ou frutas. Essas enumerações, além de válidas para a quebra do regionalismo, contribuem para a criação de ritmo de embolada, alternando sílabas longas e breves, no trecho em que se inserem. Ritmo procurado, aliás, porque o autor não usa vírgulas.


Para lembrar
Essas enumeracões não devem afastar o leitor, que muitas vezes se assusta com tantos nomes "estranhos". Esses nomes sempre antecedem uma definição generalizada, como "todas essas danças religiosas da tribo". Assim, o leitor não deve se preocupar com a nomenclatura desconhecida, deixando a leitura fluir, sem recorrer ao dicionário para verificar todos os termos, pois não encontrará a maioria deles.


"Carta pras Icamiabas"

Precisamente no meio da narrativa, no Capítulo IX da obra, encontramos um "Intermezzo", como o autor chamava. Trata-se da "Carta pras Icamiabas", sátira feroz ao beletrismo parnasiano da época. Macunaíma escreve a suas súditas a fim de descrever-lhes a cidade de São Paulo, construída sobre sete colinas, à feição tradicional de Roma, a cidade cesárea, "capita" da latinidade de que provimos. 

Com isso, Mário de Andrade vai na contramão dos relatos dos cronistas quinhentistas, como Pero Vaz de Caminha, Gabriel Soares de Sousa ou Pero de Magalhães Gandavo. Em Macunaíma, é o índio que descreve a terra desconhecida para seus pares distantes. Sem caráter, Macunaíma faz esse relato tomando emprestada a linguagem rebuscada de um Rui Barbosa ou de um Coelho Neto. A paródia torna-se hilariante por conta dos erros grosseiros cometidos pelo falso erudito Macunaíma, que escreve asneiras do tipo "testículos da Bíblia" por "versículos" ou "ciência fescenina" por "feminina".

Com um estilo que tenta ser pomposo, Macunaíma enuncia, na "Carta pras Icamiabas", o slogan que irá adotar para definir os problemas do Brasil:


"Tudo vai num descalabro sem comedimento, estamos corroídos pelo morbo e pelos miriápodes! Em breve seremos novamente uma colônia da Inglaterra ou da América do Norte! Por isso e para eterna lembrança destes paulistas, que são a única gente útil do país, e por isso chamados de Locomotivas, nos demos ao trabalho de metrificarmos um dístico, em que se encerram os segredos de tanta desgraça: 'Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são.' Este dístico é que houvemos por bem escrevermos no livro de Visitantes Ilustres do Instituto Butantã, quando foi da nossa visita a esse estabelecimento famoso na Europa."


Para lembrar
O slogan recupera o conhecido poema de Gregório de Matos (1636-1695), no qual o poeta satírico baiano enumera as vilezas do país, terminando cada estrofe com o irônico refrão: "Milagres do Brasil são". Remete, também, à frase do cronista Saint-Hilaire: "Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil".

Vida e obra de Mário de Andrade

"Sou Trezentos, Sou Trezentos-e-Cincoenta"


Mário de Andrade, por Di Cavalcanti.

Mário Raul de Morais Andrade nasceu na rua Aurora, na cidade de São Paulo, em 9 de outubro de 1893. Na adolescência, foi um estudante dispersivo, que tirava notas baixas, destacando-se apenas em Português, ao contrário dos irmãos, sempre elogiados. Por isso, Mário de Andrade era considerado a ovelha negra da família. De repente, começou a estudar. Estudava música durante até nove horas por dia, lia muito e logo começou a ganhar fama de erudito. A família passou a admitir o seu talento, apesar de considerar estranhas sua preferências literárias.

Literatura fantástica e bem brasileira  


Em 1917, ano em que publicou seu livro de estreia Há uma Gota de Sangue em cada Poema, conhece Anita Malfatti e Oswald de Andrade. Metódico e estudioso, torna-se catedrático de História da Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1922 e, para sobreviver, ainda dá aula particular de piano. Escreve artigos de crítica para várias publicações.
Mário de Andrade participou como um dos principais organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, publicando, nesse mesmo ano, Paulicéia Desvairada, onde radicaliza as experiências poéticas de vanguarda modernistas. 

Em 1927, publica Clã do Jabuti, em que trabalha poeticamente as tradições populares que pesquisava, além do romance Amar, Verbo Intransitivo, onde critica a hipocrisia sexual da alta sociedade paulistana. 

Em 1928, publica a rapsódia Macunaíma, uma das obras-primas da Literatura brasileira. A história do "herói sem nenhum caráter" é composta pela reunião de lendas e mitos indígenas. Ao criar um personagem que vem da mata para a cidade de São Paulo, Mário de Andrade inverte os relatos dos cronistas quinhentistas.

Em 1934, Mário de Andrade foi nomeado diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo, onde ficou até 1938, ano em que se mudou para o Rio de Janeiro onde se tornou catedrático de Filosofia e História da Arte e diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Não se adaptou à mudança, vivia deprimido e, "numa noite de porre imenso", bateu com o punho na mesa do bar e disse para si mesmo:


"Vou-me embora para São Paulo, morar na minha casa". Em 1940, retornou para São Paulo para trabalhar no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que ajudara a criar quatro anos antes. Também viajou por todo o Estado de São Paulo fazendo pesquisas.


Em 1942, publicou O Movimento Modernista, famosa conferência em que faz um balanço e uma crítica de sua geração, "assinalando os erros do Modernismo, principalmente o que considera "abstencionismo" diante dos graves problemas sociais do seu tempo". Sua saúde, já frágil, piorou a partir dessa época. 
Em 1943, iniciou a publicação de suas Obras Completas, previstas para sair em 18 volumes. Em 25 de fevereiro de 1945, aos 51 anos, Mário de Andrade sofreu um ataque cardíaco fulminante, deixando inacabado o livro Contos Novos, publicado em 1946, no qual destacou narrativas de inspiração freudiana, como "Vestida de Preto" e "Frederico Paciência", além de contos de preocupação social, como "O Poço" e "Primeiro de Maio".

Como crítico literário seu legado é imenso. Em A Escrava que não É Isaura (1925), por exemplo, reuniu ensaios provocativos contra o passadismo. Já na obra Aspectos da Literatura Brasileira (1943), abordou, de maneira bem menos passional, os mais importantes escritores da Literatura brasileira. Com sua morte, o Brasil ficou órfão de um dos seus mais fecundos, múltiplos e íntegros intelectuais que, certa vez, se definiu como " Sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta". Números muito modestos, levando-se em conta sua importância para a cultura brasileira do século XX.


Fonte: http://vestibular.uol.com.br


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